Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

PL, in "Correio do Vouga" - 2008.12.24

E se viesse (novamente) o Salvador?!

Finalmente é Natal mas ainda não o é na medida da necessidade!
Há muitos natais, mesmo havendo cada vez menos, e pouco Natal!
Isto porque são tantos os sintomas de vida sem salvação que até custa viver, mesmo com recurso à esperança, como convida D. António Francisco na mensagem de Natal à Diocese “façamos deste Natal um tempo habitado pela esperança. O cristianismo – citando J. Moltmann - só cumpre verdadeiramente a sua missão se contagiar de esperança a humanidade”!
Custa viver porque falharam as promessas, caíram as ilusões, extinguiram a fé querendo validar como “certeza” o que é falacioso, especulativo, débil,… desesperante!
Ora, como o Natal é tão pouco, olhando para o presépio, pode-se revisitar a experiência feita nos tempos da mais tenra idade quando, no presépio de família e quando não o era também no da igreja, as imagens pereciam às agruras do tempo e eram substituídas por outras que, nem sempre, correspondiam à estética do cenário. Daí, a representação central, a Sagrada Família, ser amiudamente acompanhada por burros, vacas, camelos (os dos Reis Magos) de dimensões ultra (por excesso ou por defeito)!
Ainda hoje se constata o mesmo em todos os cenários!?
Ou seja, o Menino está em má companhia!
E como sempre assim foi – e Deus continua a velar a humanidade – no tempo em que já se fala do fim desta civilização, é importantíssimo este Natal; um Natal de Deus na humanidade.
Voltando ao presépio, percebe-se melhor a ideia de ver o Salvador rodeado de burros enormes!?
É urgente salvação para este tempo! Por isso, dar ao Salvador uma dimensão que ultrapasse, em sabedoria e em Graça, todas as outras imagens (tentativas de salvação) que nos estão a tentar vender, oferecer, impor!
Feliz Natal!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

PL, in "Correio do Vouga" - 2008.12.09

PIGS fora de circulação!

Em Setembro de 2008, para definir o défice de Portugal, Itália, Grécia e Espanha o jornal 'Financial Times' (FT) retomou o acrónimo PIGS, ou porcos, em português -. Na altura o presidente da APECOM (Associação Portuguesa das Empresas de Conselho em Comunicação e Relações Públicas) disse que era motivo para um "incidente diplomático".

A imprensa portuguesa, nomeadamente o Diário de Notícias, deu destaque ao assunto que recordamos, intitulando o mau gosto do FT, expresso no artigo de opinião publicado no dia um, em que, para classificar os défices de Portugal, Itália, Grécia e Espanha - PIGS (o S é de Spain), volta-se à matéria que já o havia feito aquando da adesão de Portugal ao Euro.
Segundo o DN, o FT, em Setembro foi mais longe quando apelida estes países de "pigs in muck" - porcos na pocilga, na tradução literal. "Há oito anos, os porcos chegaram realmente a voar. As suas economias dispararam depois da adesão à Zona Euro (...), mas agora os porcos estão a cair novamente por terra".

O mau gosto foi pelo deficit mas poderia ser por outra coisa qualquer. O problema está em que o editor do FT deixou que se chamasse de porcos a estes países do Sul da Europa.

Naturalmente as autoridades da comunicação foram fazendo eco do desagrado porque os Governos de cada país não podem aceitar este tipo de situação, porque vai muito para além da liberdade de imprensa.

E vem à memória as caricaturas do Profeta Maomé, as de Jesus Cristo, as de João Paulo II, tantas e tantas expressões dos limites à liberdade de ser livre!

E, entretidos com toda esta polémica, ninguém deu conta que Portugal importou 30 toneladas de carne de porco irlandesa desde 30 de Setembro, como “estoirou” estes dias a notícia entre nós! Agora lá vão as autoridades ter de verificar a sua retirada de circulação!

E segundo os órgãos de comunicação social, os países da UE eventualmente afectados, e que por isso deverão também adoptar medidas, são a Alemanha, Bélgica, Chipre, Dinamarca, Estónia, França, Holanda, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia.

PIGS outra vez!

Depois das autoridades cuidarem dos PIGS de um de Setembro, mais autoridades nos PIGS de 30 de Setembro! E sempre para retirar de circulação! Não há liberdade nesta União!?

É muito porco para uma época só!?

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

PL, in "Correio do Vouga" - 2008.12.02

Os melhores (do mundo!)… lá fora!

Cristiano Ronaldo, o jogador de futebol, português, que joga em Inglaterra no Manchester United é o vencedor da «Bola de Ouro» em 2008, sucedendo ao brasileiro Kaká na distinção atribuída pela revista France Football para o melhor jogador do ano. Aos 23 anos, torna-se no terceiro português a arrecadar o troféu, depois de Eusébio (1965) e Luís Figo (2000).
Este troféu, pelo prestígio que os seus organizadores e parceiros souberam dimensionar, é quase como uma instituição de reconhecimento oficial. Portanto, C.R é o melhor do mundo na categoria!
Esta é a notícia do dia!
Analisando tudo isto com um bocadinho mais de atenção, somos levados a concluir que este é um pouco da representação do universo Portugal.
Em 1965, sem poder sair de Portugal, Eusébio conquista a França! Estávamos no auge do fluxo da emigração de portugueses para França que, entre 1961 e 1974, se tornou um dos episódios mais impressionantes da história contemporânea de Portugal, constituindo uma verdadeira debandada do país.
A grande emigração para França é algo relativamente recente, data do final dos anos 50 do século XX, quando cerca de 1,5 milhão de portugueses emigraram para este país. Em 1990 registavam-se neste país um total de 798.837 pessoas de origem portuguesa (603 686 mil haviam nascido em Portugal e 195 151 em França). A maioria destes emigrantes está hoje muito bem integrada na sociedade francesa, tendo uma crescente influência política.
Depois, veio o ano 2000! Luís Figo era trabalhador em Espanha!
No final do século XIX começa a registar-se um importante caudal de emigração para as minas do norte da Espanha (Leon e Astúrias), que prosseguiu ao longo de grande parte do século XX. Nesta região acaba por ser constituir uma importante comunidade de emigrantes portugueses em Espanha.
A partir de finais dos anos 50, com a vaga da emigração portuguesa para a Europa, aumenta o número de comunidades portuguesas por toda a Espanha, sobretudo nos percursos que conduzem a França.
Nos anos setenta, acentua-se a presença de milhares de portugueses por toda a Espanha, vindo a criar importantes comunidades na Galiza, León, Extremadura, Huelva, Astúrias e Navarra.
Após o 25 de Abril de 1974, muitos de antigos correligionários da ditadura (1926-1974), como antigos membros da polícia política, militares envolvidos em tentativas de golpes de estado, bombistas ou empresários de negócios poucos transparentes vão viver para Espanha.
Nos últimos anos, enquanto entram em Portugal milhares de imigrantes, portugueses são noticia permanente nos jornais espanhóis devido à exploração que são vítimas nas plantações da Andaluzia, nas de tabaco de Talalluela de la Vera em Cáceres, nas de Girassóis de Las Pedroñeras (Cuenca), nas plantações de tomate em Badajos, nas de morangos de Huelva e nas de melão de Lleida, ou nas vinhas de Rioja.
E agora mais um trabalhador português, da Madeira,… em Inglaterra! Ano 2008.
A emigração para Inglaterra é um fenómeno dos anos 60 do século XX, mas nunca foi muito significativa até finais dos anos 90, quando ocorreu um aumento brusco no número de emigrantes, muitos dos quais brasileiros e angolanos com passaportes portugueses!