Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

PL, in "Correio do Vouga" - 2009.12.02

Dezembro 2009!

Fim!

Está quase terminada a primeira década de 2000!

O que fizemos para melhorar a esperança com que iniciámos o Século XXI?!

Cada um lá saberá. Como está o mundo, parece que poucos fizemos o que deveríamos ter feito.

É certo, pelo menos não haverá muitas dúvidas, quaisquer que elas sejam, que cada minuto gasto a bem ou mal, necessária ou desnecessariamente, é sempre um minuto a menos na vida de cada um, tenha ela a duração que tiver!

O tempo, este protocolo nefasto, não se compadece com a durabilidade da matéria. Cada ciclo passa e não se renova. E nós passamos com ele.

Se a esta evidência acrescentarmos as acções que não edificam a humanidade, então teremos um leque de oportunidades perdidas. Sem retorno.

Ao entrar em Dezembro, vamos com o mundo para o futuro ou para a falta dele.

E o mundo está no nuclear Irão, na guerra do Afeganistão, nas eleições das Honduras, na débil economia, na agiota banca, na velha Europa, na Cimeira Ibero-América do Estoril, no referendo sobres os minaretes na Suiça, na sustentabilidade, na hipocrisia, na demagogia, nos guetos, nos pobres,…

Vamos com o mundo para a Cimeira de Copenhaga (7 a 18 de Dezembro de 2009) sobre as mudanças climáticas, o Planeta “Terra”, onde se fará o juízo final de Quioto (11 de Dezembro de 1997). As questões climáticas saltaram para a ribalta, e são transversais à sobrevivência, mas representam a ponta do iceberg das nossas responsabilidades.

E neste mundo vai este nosso território, este país, este Estado que somos, Portugal (justiça, desemprego, fraudes, impostos, impostores,… inovação e tecnologia!).

Hoje, é evidente que nada é suficientemente longe para nos afectar. Tudo é perto. Tudo é aqui ao lado!

Em Dezembro, época de festa e solidariedade, renova-se a esperança num mundo melhor.

Acredite-se nisso, então! Faça-se alguma coisa de bom, ao menos por caridade!

Dê-se alguma coisa para melhorar o nosso futuro.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

PL, in "Correio do Vouga" - 2009.11.18

A “face visível”


Com tanta coisa a disseminar-se por aí sob a capa de face oculta, parece que é importante separar os assuntos, as duas faces: a visível e a oculta. Porquanto, é notório que a face oculta só existe enquanto existir a visível. Se a oculta passa a visível… temos imediatamente outra oculta, não é?!

Porém, há uma tentativa de tornar visível o que está oculto ou oculto o que está visível?

Comecemos pela face visível.

É preciso parar. Parar tudo!

Está em marcha uma revolução social com paralelo na história! Sim, com paralelo. Normalmente, para enfatizar a coisa, assume-se o caso como ímpar, único na história; sem paralelo. Não é o que se passa.

Sem grande esforço encontramos este desmantelamento social no epílogo de todas as civilizações. A nossa, a que a pós-modernidade tentou edificar, está a ruir há vinte anos. Primeiro, os ídolos, depois os valores.

Sucumbiu o mais frágil. E agora cai o resto, o que nos parecia imperecível. O direito que assegura os direitos, a justiça.

Até está à vista que há uma desarticulação sócio-económica.

A sociedade está doente. O que fazer com ela?

Abordemos um lugar-comum, por sinal o mais preocupante, porque é o mais (ou menos) humanizante: as gerações (mais novas e as mais velhas) e alguns ciclos viciosos do “regime”.

Os pais não sabem o que fazer com os filhos!

Cuidados paliativos: ocupá-los o mais possível. Porque a vida, a paciência, a azáfama, as novas pressões sociais (net, lúdico, noite, diversão, novas tecnologias) obrigam a dar tudo. E assim, os jovens têm tudo sem nada.

Os professores não sabem o que fazer com os alunos!

Cuidados paliativos: só há dois caminhos, e são de extremos. O caminho dos que querem e o dos que não querem. E há uma multidão imensa a necessitar de uma terceira via: a dos que precisam!

E, ao jeito de consequência, poucos sabem o que fazer com o sistema educativo!?

Cuidados paliativos: falar do Estatuto (qual estatuto?) e da avaliação dos docentes. Até fede a ridículo.

Os filhos não sabem o que fazer com os pais (os mais velhos é evidente)!

O choque geracional está ao rubro.

Depois surgem todas as outras maleitas. Sem pão, sem justiça, sem valores, sem afectos… ficamos a saque, salve-se quem puder.

Enfim, esta é uma pequena parte da face visível. Valerá a pena falar da oculta, a face oculta do fim do “império civilizacional”, claro?!

Pelo que se vê… está muito mal tratada!

Cuidados paliativos: deixemos isso para a justiça!

Nota: o uso da expressão “cuidados paliativos”, neste contexto, foi consciente mas por semelhança, visto que consideramos a resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível aos doentes e às suas famílias.

Com a máxima deferência à Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos

PL, in "Correio do Vouga" - 2009.11.11


O muro!

O muro caiu. Já lá vão vinte anos!
Dizia-se que era o princípio de uma nova era. A queda daquele muro, em Berlim, era também, simbolicamente, logo se vê, o último “estrondo” da II Grande Guerra.
Não, sem qualquer confusão, não só da Guerra Fria mas também da Grande Guerra.
As consequências estratégico-políticas e militares impostas pelos vencedores do conflito de 39-45, do Século XX, levaram ao muro!
Ninguém está sozinho na culpa.
Porém, depois de tantos anos a aprender… como é possível que ainda ninguém tenha acabado o curso?! Que poucos saibam o significado da paz?
No cúmulo do ridículo, até atribuição do Prémio Nobel da Paz é uma guerra!
Os “Pink Floyd” imortalizaram a matéria, Another Brick In The Wall :
Pai, foste através do oceano,
Deixando apenas uma lembrança:
Uma imagem no álbum de família!
Pai, o que é que deixaste?
Pai, o que é que deixas como herança?
Afinal, apenas mais um tijolo no muro,
Apenas tijolos no muro...
Nós não precisamos de não educação.
Nós não precisamos de controlo mental.
Não queremos sarcasmo negro na sala de aula.
Professores deixem as crianças em paz
Hey! Professores! Deixem as crianças em paz!
E, passados vinte anos, ainda não conseguimos ensinar nem aprender a paz!
Acresce que, um dos aspectos mais preocupantes, esta espiral conflituosa não deu paz às crianças de então, jovens e adultos da actualidade, que não têm e, por consequência, não dão paz!
E, supostamente, por os mais velhos, os professores, deixarem tanta coisa em paz, aquela paz “marimbante”, “deixar correr”, quase do género R.I.P.(Requiesacat In Pace - descansa em paz), que até já se ouve por aí: “Hey! Alunos! Deixem os professores (os pais, as estruturas sociais) em paz”.
E é notório que se constroem cada vez mais muros!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

in "Jornal Aberto" (Escola Secª D JCCG-Ílhavo), nº 36, Ano XII (Junho/Dezembro 2009)

Distinguir o essencial


Estamos de volta. Agora, já a caminho de 2010.

- Será possível?! Como o tempo passa!?

Esta edição do Jornal Aberto só nesta altura nas nossas mãos pode, aparentemente, revelar-se fora de época. Que o seja. Mas não o será tanto assim.

Vem revelar o caminho que já percorremos este ano escolar. Com menor o maior esforço, está feito!

Também nos permitirá reconhecer, com maior urgência, a determinação em renovar a vontade de prestarmos um serviço socio-educativo que permita uma formação ainda mais integral; complementar à educação que vem de casa, em que a família será (tem por missão sê-lo), os primeiros responsáveis e “professores”.

A escola nada poderá fazer pelos jovens, pelos alunos, que a frequentam, que a fazem ser, sem os pais e a família. Não nos podemos demitir, portanto, da responsabilidade de sermos mais velhos (pais, professores, educadores).

Compete a quem vai à frente, tal como a candeia do ditado popular, iluminar duas vezes. Quem diz duas, diz todas as que são necessárias. Por isso, coloquemos (todos, a escola toda) a nossa luz no essencial para conseguir iluminar alguma coisa: fazer das dificuldades oportunidades. Isto é, sem amolecer, relativizar o “monstro” e andar para a frente de forma serena e confiante.

Sem cada um tiver um bocadinho para parar e discernir o que é importante, metade dos problemas ficam resolvidos!

Ah! Se possível, que ninguém pare sozinho!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

PL, in "Correio do Vouga" - 2009.11.04

Difamação ou liberdade de expressão?

A questão central das sociedades ditas “Estado de Direito” é que o Estado funcione no respeito pela liberdade fundamental, também enfatizado, pela aplicação do plural, o que se pode consignar ao singular. Liberdade ou liberdades, pouca diferença fará se uma não subentender todas as outras.

O Estado de Direito, é aquele no qual os mandatários políticos, os eleitos, são submissos às leis promulgadas. Apesar de tantas vezes ser mal tratado, porque só é evocado para conveniências individuais, é um sistema institucional no qual cada um é submetido ao respeito pelo direito, do simples indivíduo até às autoridades públicas. O Estado de Direito está intrinsecamente ligado ao respeito pela hierarquia das normas, da separação dos poderes e dos direitos/liberdades fundamentais.

Em Portugal, consideramos (claro, no plural, o poder é que todos) que:

1. têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.

2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.

3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficam submetidas aos princípios gerais de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação respectivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administrativa independente, nos termos da lei.

4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta e de rectificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofridos.

Estas “normas”, retiradas da Constituição, mais parecem um “manual de maus procedimentos”. No fundo, cada um pode dizer o que quiser que nada lhe será assacado, caso contrário viola-se a liberdade de expressão!?

Como não se consegue garantir a liberdade das liberdades, isto é, que o Direito seja direito, correctamente e atempadamente aplicado, já ninguém acredita no Estado, muito menos no Estado de Direito!

Cada um faz, vive como pode!

Portanto, expressão ou difamação são sinónimos a não ser que a arbitrariedade de algum tribunal diga o contrário. Aí não se fica “preso” pela norma mas sim pelo parecer, subjectividade de um juiz.

Fale-se, diga-se o que se quiser, de quem quiser, quando quiser… e boa sorte! Mas é quase certo que nada acontecerá! Pode-se destruir o bom nome de uma pessoa, a própria vida pessoal, familiar e profissional, mas não se pode mexer na liberdade de expressão. Isso é censura! Isso é crime!