Algumas vezes temos defendido que o mundo deveria ser governado entre alguma criatividade na disposição das virtudes teologais. Em vez de fé, esperança e caridade porque não fé, caridade e esperança!?
Compreendemos e acreditamos que ao fundamentarem e animarem o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas, segundo a Doutrina da Igreja Católica, nos vários contextos em que os homens e as mulheres do nosso tempo têm de interagir e administrar o património que é de todos, consuma-se, como noutros tempos difíceis, a fé que actua pelo amor (Gálatas, 5,6).
Assim, primeiro a Verdade! E, depois, a verdade que actua com doação, com entrega, sem usar nem usurpar.
Inevitavelmente, se deixarmos de acreditar tudo o resto ruirá.
Entretanto, como é a última a morrer, poderia ser a terceira das virtudes. A esperança é mesmo assim, nunca acaba. E, mesmo depois de terminar, ainda há o… podia ser bem pior! Sem alienações, é preciso acreditar que vamos conseguir dar a volta a isto.
O primeiro contributo para não matar a última réstia, é falar com verdade sobre as coisas. Sem qualquer propaganda falaciosa.
Aquilo que assistimos, quando temos governos de maioria, é de um cortejo alinhado de gestão de mensagens! “Muito bem!” – grita-se para o cortejo. Quando os governos são de minoria, ouvimos imensas vozes discordantes; como se ninguém fosse sério! No meio disto tudo, começamos a acreditar que é verdade.
Onde estará a justa medida?
Quando ligamos os areópagos dos nossos tempos, ficamos entusiasmados com a possibilidade de crescermos juntos na procura da esperança, essa oportunidade de vida. É que não conseguimos vislumbrar outro caminho que não seja o de acreditar que é possível.
E voltemos à justa medida. Acreditar tanto pode levar à alucinação colectiva. Então, o que fazer.
Queremos homens e mulheres; jovens que falem da Verdade, dedicados e sérios, com esperança!
Gestos como os repetidos por condicionadores e manipuladores da informação, sob a capa da liberdade de imprensa, de expressão, conduzem-nos à ilusão, à mentira, à derrota, à revelação das nossas maiores misérias e dificuldades.
Como interpretar os casos “wikileaks”; "flash interview" com Jorge Jesus, no Beira Mar-Benfica; … ?! Parece que está tudo à beira da loucura!
A justa medida das coisas, como fazê-lo?!
Diácono Daniel Rodrigues, do que conhecemos, foi assim que, na determinação, seriedade, dedicação, vimos a Verdade. Apesar de estarmos entre os últimos a poder falar, este apontamento, e várias páginas de vida, será seu também, porque sempre o foi! Na hora em que o vemos partir, um Homem Ilustre de Aveiro, em si lemos as virtudes da Vida!
(PL, in "Correio do Vouga" - 2010.11.30)