Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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sexta-feira, 19 de julho de 2013

À Beira Mar

 

O tempo está propício para banhos!

Verão, férias, descontração (apesar de toda a contração!), … o país, que pode, vai a banhos. Quem não pode chegar à beira do mar, fica pelos recantos mais próximos, pelos lugares aprazíveis que o tempo e a natureza, a criatividade local, os apoios comunitários, a ousadia dos atores foram dando escala, beleza, acesso, sustentabilidade.

Este apontamento centra-se na reflexão sobre os esforços continuamente feitos para que seja possível usar e fruir destes pequenos, e outros maiores, investimentos na vida.

Há diversas oportunidades exploradas e a explorar; umas e outras podem ser equipamentos que trazem conforto, bem-estar social - a corrente de pensamento e modelo socio-político iniciada no tempo da grande depressão, dos anos 30 do século XX, e desenvolvido no pós guerra, “welfare” e “welfare state”.

Com a generalização do conceito de cidadania, com o fim dos governos totalitários da Europa Ocidental (nazismo, fascismo etc.) com a hegemonia dos governos sociais-democratas e, secundariamente, das correntes eurocomunistas, com base na conceção de que existem direitos sociais indissociáveis à existência de qualquer cidadão, o princípio que todo o indivíduo tem o direito, desde seu nascimento até sua morte, a um conjunto de bens e serviços que deveriam ter o seu fornecimento garantido direta, através do Estado, ou indiretamente, mediante o seu poder de regulamentação sobre a sociedade civil, passou a ser algo que se pensava adquirido para sempre. Esses direitos incluiriam a educação em todos os níveis, a assistência médica gratuita, o auxílio ao desempregado, a garantia de subsídio mínimo de subsistência, recursos adicionais para a criação dos filhos, etc.

A realidade atual vem consumar o que vinha sendo discutido desde meados da última década do século passado: tudo a maré levou! Uma maré que se carateriza pelo poder da especulação do dinheiro em detrimento das pessoas.

Empobrecer, perder a dignidade pessoal e social, deixar de existir com direito a serviços suportados por quem mais pode e por parte do valor do trabalho, dos lucros e transações são cenários que não se devem admitir, nem com hipótese.

E neste tempo de esforço hercúleo não podemos deixar de associar, por força intencional na analogia semântica, todos os que também lutam por outro Beira Mar – emblema, ícone, bandeira, estrutura de formação desportiva e valores socias.

Empobrecer, perder a dignidade pessoal e social, deixar de existir… nunca! É preciso lançar o olhar para o clube e para quem luta por ele. Estas instituições fazem-nos comunidade, representação, coletivo.

A maré o trouxe, a maré… o pode levar!

 

(in Correio do Vouga, 2013.07.17)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Revogável (a insensatez e o alarido inócuo) e reprovável

 
O maior lapso da semana esteve no prefixo!
A vida dos portugueses, na última semana, sofreu contornos irrevogáveis! Isto é, com um modelo de exercício de funções públicas, ao mais alto nível na responsabilidade mas de rarefeito elevo na ação, pouco recomendável em qualquer circunstância, até no tratamento das coisas numa “loja de ocasião” (tratar na praça pública os entendimentos e desentendimentos internos), conduziu um povo para o precipício.
E agora, quem paga o equívoco (amuo, brincadeira, folia, jogo, galhofa,…)?
Há funções na vida para as quais não há lugar para o dislate, para o erro, nem para a hesitação. Reveja-se (na televisão) a reportagem desta semana sobre os cuidados dos trabalhadores da manutenção da Ponte 25 de Abril; por exemplo também, a circunstância de ser cirurgião,  anestesista,... médico na sala de operações; o bombeiro na frente de incêndio;… terão hipótese de experimentações superficiais?!
Vemos a bandeira nacional a arder pelos países da América Latina, por causa do ainda por explicar caso “Evo Morales”, Presidente da Bolívia; vemos o país também a arder; e vemos o governo impávido e sereno, fechado em si mesmo; vemos um discurso de quem não se ouve nos corredores do Palácio de Belém,… tudo isto é altamente revogável!
Mas seria nestes momentos que se tornaria importante ser irrevogável: garantir o sucesso dos encargos assumidos; dar oportunidade às pessoas de vencer as limitações; enfrentar os interesses dos mais poderosos para que pudesse ser atendida a igualdade na dignidade; ganhar credibilidade! Viver e fazer viver no essencial: qualidade de vida, felicidade das pessoas e sustentabilidade de meios e nos recursos.
Porém, isto até soa a discurso panegírico!?
Perante tanta convicção, o melhor é adicionar alguma contingência; flexibilizar as hipóteses; não vá dar-se o caso de existir necessidade de mudar de opinião e depois surge uma colossal descredibilização.
Em suma, isto não se faz!
A tensão alastra e, entre os senhores do mundo, aqueles a quem poderíamos chamar “Estadistas” que, na verdade não o são, nenhuma voz silenciosa mas politicamente eficaz se faz ouvir.
São necessárias mais vozes de silêncio! O mundo precisa de quem se entenda com um olhar, com um gesto simbólico. É urgente o discurso simbólico!
(in Correio do Vouga, 2013.07.09)











terça-feira, 2 de julho de 2013

Swap (trocar) de ministros

 

Estamos perplexos pela inculturação portuguesa deste inglesismo! Três meses foi o tempo necessário para conhecer, adotar, aplicar nas mais altas instâncias da nação: o Primeiro Ministro “swapou” o Ministro das Finanças!

É caso para dizer que o desgaste de tudo e dos contratos “swap” consumiu o governo, provocou a erosão.

Foi um preço demasiado elevado para todos nós! E, muito provavelmente, ainda não está tudo descoberto.

Progredindo em espanto tomámos conhecimento da dimensão desta tática do jogo do dinheiro – mais uma estratégia que se revelou perniciosa!

Posteriormente foram surgindo novas “swaps” (trocas) de acusações – afinal quem fala verdade sobre o assunto?!

E, em plena crise de “swap”, até o Ministério das Finanças vai com “a água do banho”! Triste cenário este!

O Económico online publicou um pequeno artigo elucidativo. Partilhamo-lo.

“Parece um conceito complicado, mas na verdade é muito mais simples do que pensa. Saiba o que é um contrato de 'swap'.

É talvez uma das expressões mais usada por estes dias e que envolve milhões. Muitos milhões de euros.

Mas afinal o que são estes instrumentos complicados chamados 'swap'?. Na verdade são simples.

Imagine que pediu um empréstimo ao banco para comprar uma casa. Ou seja, contraiu um crédito à habitação. Esse empréstimo, na maior parte das vezes, é acordado tendo por base uma taxa de juro variável. E que sobe ou desce consoante a variação da Euribor.

Agora imagine que acredita que os juros vão subir muito nos próximos anos. O melhor, seria fixar essa taxa, travar essa subida. É exatamente isso que um contracto de 'swap' permitiria que fosse usado num crédito à habitação.

Como a própria palavra indica, 'swap' é uma troca. Neste caso uma taxa de juro variável por uma fixa.

O pior é se ao contrário do que pensava as taxas de juro em vez de subirem, descerem. Então nesse caso fica a pagar o valor fixo.

Imagine 5%, quando no mercado o preço do dinheiro já só custa 2%. Foi exatamente isso que aconteceu no caso de algumas empresas públicas. Acordaram contratos numa altura em que as taxas de juro estavam a subir, pensando que iriam subir ainda mais e tentaram trancar essa valorização.

Mas a realidade nem sempre é o que nós pensamos que vai ser. E neste caso não foi. As taxas de juro desceram e agora as perdas potenciais podem chegar aos 3 mil milhões de euros.

No fundo é como no casino. Apostamos no vermelho mas às vezes sai o preto. Há sempre alguém que ganha.”

Com tudo isto, mais uma despesa social (também na credibilidade!) para liquidar…

(in Correio do Vouga, 2013.07.03)