Em frente, vamos!.
EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...
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quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Reis na República
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Uma vida que se lê
Para este livro, escolhi vivências provocadas por gente que passou pela minha vida ou dela fez parte. Por vezes, gente simples e anónima, aquela que julgamos que nada tem para nos dar ou ensinar… Gente experiente de Deus com a qual me foi dado cruzar, nos caminhos da missão, e já neste longo tempo do meu peregrinar» destaca o Sr D. António Marcelino nesta nota-síntese para Pedaços de vida que geram vida.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
O fim deste Estado
As contas públicas, as políticas do Governo para as tratar e, a montante desse exercício contabilístico, a espiral de pobreza em que são colocados os portugueses... é aterrador. Um apelo à insurreição. Tudo isto aponta para um cenário “tuberculoso” , que nem o Príncipe de Maquiavel seria capaz de ousar: “todo o Príncipe inteligente deve fazer: não somente vigiar e ter cuidado com as desordens presentes, como também com as futuras, evitando-as com toda a cautela porque, previstas a tempo, facilmente lhes pode opor corretivo; mas, esperando que se avizinhem, o remédio não chega a tempo, e o mal já então se tornou incurável. Ocorre aqui como no caso do tuberculoso, segundo os médicos: no princípio é fácil a cura e difícil o diagnóstico, mas com o decorrer do tempo, se a enfermidade não foi conhecida nem tratada, torna-se fácil o diagnóstico e difícil a cura”.
É inacreditável!
Não há uma medida propalada, para o Orçamento do Estado, que seja equitativamente transversal. Só se verifica o linear, o corte horizontal, entre os que têm pouco ou nada. Agora, mais cortes nos serviços que garantem alguma qualidade de vida (educação e saúde), cortes nos salários e pensões; elaboração do plano tíbio de incapacitar, pela diminuição da possibilidade do acesso, os serviços passam a ser menos utilizados; como não são utilizados, pode-se fechar!
Quebrou-se o princípio basilar das organizações: a confiança.
A confiança formal, aquela que precisa ser vinculada contratualmente, é imprescindível. Mas com recurso a instrumentos vinculativos não deixa de ser um ato de apreciável valor o respeito recíproco pelos termos que se firmaram. Com as medidas aplicadas, esta dimensão deixou de fazer qualquer sentido. Se o Estado não cumpre os contratos, altera-os, rompe-os como é que as pessoas podem manter a coesão social?!
A confiança informal, a gerada no caráter dos interlocutores, também já não existe…
E a confiança como elã para o futuro, geradora de esperança?! Está devastada. Este país é mesmo para velhos, apreciados Ethan Coen e Joel Coen!
Nada! Quem lança o olhar em frente tem de focar muito para ver algo de bom no horizonte. Um horizonte perdido, com uma única ideia: estes pobres são muito ricos! Portanto, forte com os fracos!
(in Correio do Vouga, 2013.10.09)
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Areópagos da vida comum
Terminada uma etapa determinante da vida coletiva, as eleições autárquicas, os resultados sugerem-nos três eixos de ilação.
O debate.
Há uma tentativa de manietar o poder político e os seus representantes. E também há um interesse dos representantes, a troco de notoriedade, de enveredarem por trajetos demagógicos, ilusórios, descredibilizantes do caráter e dos projetos. A procura da mensagem subliminar provoca a deturpação do essencial e a mensagem deixou de ser a arte do conteúdo. “O meio é a mensagem”! Triunfaram os meios, não só meio - Marshall McLuhan, na sua obra Os Meios de Comunicação como Extensão do Homem, preocupou-se em mostrar que o meio é um elemento importante da comunicação e não somente um canal de passagem ou um veículo de transmissão.
Os meios, bons ou maus, escondem o conteúdo, declinam-no para segundo plano; relevam-se areópagos e areopagitas dotados de uma retórica tendenciosa porque faz juízo próprio sobre matérias sem direito ao contraditório, o que confunde, distorce, provoca insídias.
"Areópago" é a adaptação de areopagus (ou Areios Pagos, de "Ἄρειος πάγος"), que significa algo como "Colina de Ares", em referência ao deus da guerra grego. Tal referência deve-se ao fato de os membros do Areópago, por serem aristocratas, cumprirem em geral a função de guerreiros de elite em tempos bélicos, responsáveis pela proteção da cidade. Normalmente funcionavam como Tribunal supremo de Atenas, composto de 31 membros, antigos arcontes, e encarregado do julgamento das questões criminais mais graves. Alcançou reputação de equidade e sabedoria e, por isso, areópago passou a significar, figuradamente, assembleia ou corte de justiça augusta, imparcial e soberana.
A distância.
As pessoas estão, muito pela consequência dos efeitos dos meios que são mensagem, longe de tudo. Particularmente longe dos que se candidatam honestamente à representação das próprias no governo da “cidade”! Não há interesse sobre os programas de governo, sobre os protagonistas. Aos candidatos, a todos os candidatos e parte dos candidatos entre si, mormente os que menos ideias têm sobre o fundamental, colou-se o rótulo de sinuoso, ardiloso, etc. – com conotações não transmissíveis em espaço público. “São todos iguais” – não haveria nenhum problema se isto não quisesse dizer o pior do ser humano.
A fase do imaterial.
A vida das pessoas vai entrar no momento de viver mais com menos. A fase das engenharias, das construções, terminou. Terminou por não haver fundos e por não haver fundos para mais. Agora o essencial está no “pão de cada dia”, na edificação da pessoa como cidadão comprometido e responsável pelo seu futuro. Os próximos tempos são os da maturidade social: mais conhecimento, mais cultura, melhor investimento, seriedade, responsabilização.
O futuro só é possível sem demagogia e interesses primários!
(in Correio do Vouga, 2013.10.02)