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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Os homens não se medem aos palmos

 

Timothy Hatton, professor na Universidade de Essex, no Reino Unido, liderou um estudo, publicado pelo jornal Oxford Economic Papers, onde demonstra que os aumentos na estatura humana são um indicador chave das melhorias nas condições de saúde das populações.

O estudo mostra que a altura média dos homens europeus subiu de 167 cm para 178 cm em pouco mais de um século, o que sugere que um ambiente de melhor saúde e menos doenças é o fator mais importante que origina um aumento na altura.

A média de alturas dos homens europeus subiu 11 centímetros entre 1870 e 1980, graças a melhorias nas condições de saúde no continente. No caso dos portugueses, dos quais só há dados a partir de 1911, a subida foi de cerca de 8 cm. Os homens portugueses mediam em média 164 cm em 1911 e 172 cm em 1980.

O estudo analisa dados de 15 países europeus sobre a altura média de um homem aos 21 anos. Os primeiros dados são da década de 70 do século XVIII. Só foram analisados dados dos homens porque informações históricas sobre as mulheres são mais difíceis de encontrar.

Contudo, apesar da relevância sobre as causas deste crescimento, o provérbio português, sobejamente citado, é conhecido pela força intencional que quer transmitir sobre a real dimensão do ser humano. A dignidade dos comportamentos é superior a todas as outras formas de medida.

E quando o mundo, por consciência moral, evoca, ou deveria evocar, os 50 anos do discurso histórico “Eu tenho um sonho”, que Martin Luther King Jr. proferiu durante a Marcha pelo Emprego e Liberdade, em Washington, a 28 de agosto de 1963, recordamos que "a verdadeira medida de um Homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio" (MLK).

Temos urgência em crescer em dignidade (emprego, serviços, educação, visão plural do mundo), temos urgência em manter as razões (saúde, nutrição, condições de vida) que levam os homem e as mulheres do nosso país a ter um crescimento sustentável!

É urgente mudar! Mudar sobretudo na capacitação para cada um e cada uma poder alterar o unanimismo trágico que se abate sobre nós: resignação! Foi assim ao longo da história, estamos a vivê-lo novamente. Basta!

Assistimos, mesmo que indignados mas permanecemos a assistir, à destruição de tudo o que pode ajudar o país, cada pessoa, a ter esperança… e nada fazemos?!

É evidente que, com os aumentos dos preços de contexto do trabalho, sobretudo da energia, que inclui os transportes, interessa aos países ricos ter mão-de-obra barata mais perto do que a Ásia. É nisso que o neoliberalismo transformará o sul da Europa, onde a luminosidade, o clima temperado e quente, a falta de recursos naturais e dimensão territorial aliados à escravatura provocada com aliciantes financeiros em empréstimos bancários, criaram a ilusão de ser grande (rico, porventura). Agora, dependentes desses países, vem cobrar com juros elevadíssimos, os míseros euros que nos emprestaram. E não fazemos nada? Pagamos sem discutir o preço? Aceitamos o desemprego? Deixamos que se venda tudo, que sejam fechados hospitais, correios, escolas, empresas,… somente porque estamos a viver acima das nossas possibilidades?! Quem é que vive assim com 500€ ou pensões de 250€?!

Recuperando Protágoras, a dignidade humana é a medida de todas as coisas!

(in Correio do Vouga, 2013.09.04)