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terça-feira, 12 de julho de 2016

Até as montanhas se moveram: Campeões Europeus.

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Um acontecimento como o que Portugal viveu no passado domingo, em futebol, é demasiado importante para ter lugar em todos os comentários e conversas.
A representação em gestos simbólicos é, a propósito deste acontecimento, algo muito misterioso, muito estudado e sempre novo, sempre com nova expressividade. O futebol, particularmente o futebol, encerra três estádios (designação bem apropriada, quase à semelhança do desenvolvimento cognitivo em Piaget!) nesta natureza: simples (quase arcaico, nos requisitos de executante versus entendimento do objetivo), representativo (permite ganhos em muitas configurações: território, grupo, nação, clube, instituição) e identitário (na empatia que segrega automaticamente o auditório).
Será por isto também que, depois de uma bonita campanha, na vitória há unanimidade à volta de um determinado grupo. No caso de fracasso,... bem,... aí a responsabilidade é remetida para a sua essência, para um momento paradoxalmente racional: o grupo fica limitado à sua matriz (o grupo do Fernando Santos, no caso)!
Mas devemos considerar que o ser humano é tendencialmente predador: revê-se com coragem desabrida nos vencedores, sacia-se no consolo dado (na amargura) aos vencidos! – terrível.
Portanto, olhar para o momento que Portugal vive é um pouco de tudo isto, sintetizado doutamente, numa pequena entrevista, por Eduardo Lourenço, talvez o mais francês dos portugueses.
Assim, as grandes defesas de Patrício foram nossas também; a presença sempre sagaz de Pepe e a revelação Raphael Guerreiro geraram confiança; a bravura de Sanchez e a confirmação total de Ronaldo fizeram cruzar a linha entre o passado glorioso e o futuro promissor. Ederzito (de seu nome) ou Éder é o herói coletivo tão ao gosto de Portugal, desde Camões: são todos os que fizeram ir além da (distante ilha do Ceilão) Taprobana!
A Federação (a organização e as diversas responsabilidades logísticas) que gere as modalidades futebolísticas do país, passou a ser a nossa casa também.
O portugueses do mundo inteiro!
Finalmente o selecionador, com todos os que com ele partilharam a responsabilidade.
A fé de Fernando Santos. A carta. O acreditar. A mutação introduzida num grupo de homens descrentes, divisos,... materializou a determinação cristã, sobretudo na redação da primeira Carta aos Coríntios – curiosa correlação a adicionar à sua experiência profissional na Grécia: a fé move montanhas!
E não é que as montanhas da Europa moveram-se!?